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Drogas e Psiquiatria

Desde tempos imemoriais, por intuição, os povos primitivos ancestrais sabiam do efeito de substancias naturais sobre o comportamento, usadas em rituais para produzir estados mentais alterados, pelo uso de ervas e cogumelos. Exemplos disso são o chá de ayahuasca entre os índios brasileiros e o cogumelo teonanácatl entre os maias e astecas.

Em tempos mais avançados se utilizavam aguardente e vinho para alterar o estado de ânimo. Isso permanece em nossa cultura com o uso de substâncias que afetam a atividade sensorial e o pensamento, além de alterarem os impulsos e emoções. Por produzirem alterações psíquicas, essa drogas são chamadas genericamente de psicotrópicos.

Como toda substancia química introduzida no organismo, os psicotrópicos atuam em diversos órgãos e podem produzir outros efeitos além dos mentais. A bebida alcoólica, tomada como exemplo, pode produzir sintomas de intoxicação, como náuseas e vômitos, alterações de pressão arterial, e, a longo prazo, gastrite e úlceras gastroduodenais, hepatite tóxica e cirrose, varizes esofagianas, pancreatite, polineurite.

As drogas alucinógenas e estimulantes podem induzir quadros permanentes de psicoses, alguns pesquisadores descrevem alterações psicóticas também com o uso da maconha. Mas as drogas que agem sobre o sistema nervoso também podem ter efeitos curativos, como os ansiolíticos, hipnóticos, antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor e antidemenciais. Porém, o uso contínuo de alguns medicamentos terapêuticos podem induzir dependências tão nocivas como a que resulta do uso de drogas ilegais.

A criminalização das drogas nocivas leva ao tráfico e todas suas sequelas sociais, mas não há prova suficiente de que a liberalização seja a solução para essa questão, pois favorece a generalização do uso e abuso.

A adoção de controles legais não afasta o tráfico, embora possa reduzi-lo. Trata-se de assunto controverso e o estudo dos países em que há permissão ao uso de drogas psicoativas ainda não trouxe resultados conclusivos.

A maconha, tida como a menos prejudicial, induz estados de indiferença e falta de motivação, que podem comprometer seriamente os estudos e a profissionalização dos jovens.

Os anfetamínicos e outros psicoestimulantes podem liberar impulsos agressivos e levar à atividade criminosa – assaltos, estupros, homicídios. Em altas doses podem levar ao óbito por overdose, o que também ocorre com entorpecentes, como a morfina e a heroína. O consumo crescente de drogas psicoativas, legais e ilegais, constitui um sério problema de saúde pública a ser enfrentado.

Às vezes a internação se impõe como medida protetora, especialmente se a fissura impede a suspensão do uso abusivo ou se o indivíduo é sensível mesmo a pequenas doses seguidas de graves repercussões. O firme propósito do paciente em se tratar é indispensável para o sucesso de qualquer abordagem terapêutica.

Realizamos reuniões internas e com a família e grupos de discussão que abordam drogas e seus malefícios. Nossa psicóloga desenvolve o programa de passos e também há palestras sobre drogas e atendimento coletivo e individual com profissional especializado.

Estamos a disposição para buscar a solução durante o tratamento do paciente internado em nossa sede.